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Manual Rede das Artes

Introdução

1.1. O que é a Rede das Artes?

A Rede das Artes é uma plataforma que reúne o ecossistema das artes, seus coletivos, artistas, produtores, gestores e interessados em construir e estar em uma comunidade em torno dos setores e linguagens artísticas. Tem como objetivo ampliar e fortalecer a difusão e a circulação das Artes no Brasil por meio de um ambiente colaborativo.

A Rede das Artes representa um espaço de encontro entre artistas e públicos, uma mostra da diversidade da produção artística brasileira e um canal para a articulação de redes artístico-culturais em escala nacional. Nela, agentes artísticos têm acesso a chamadas e convocatórias, oficinas, intercâmbios e residências artísticas, editais, eventos e demais oportunidades, de maneira acessível. Também poderão criar e ofertar oportunidades para outros(as) agentes da Rede.

A consolidação da plataforma permitirá que a sociedade acompanhe e participe ativamente das políticas públicas para as artes, fortalecendo o direito à cultura, o direito às artes e à liberdade de criação.

A Plataforma Rede das Artes é um ambiente que integra perfis de agentes artísticos e culturais, juntamente com as programações artísticas, formando um retrato dinâmico de circuitos artísticos que traçam rotas no mapa do Brasil, promovendo encontros entre territórios, saberes e linguagens e ampliando o acesso, a circulação e a valorização da produção artística brasileira em todas as regiões.

Agentes e público poderão se conectar com propostas curatoriais diversas, programações artísticas de abrangência local, interestadual e/ou internacional e muitos outros eventos artísticos de caráter continuado, tais como festivais, bienais, encontros, feiras, mostras, salões e fóruns, que propõem apresentações artísticas, exibições públicas, ações de formação, articulação e difusão.

A plataforma permite que os próprios agentes artísticos atualizem seus dados, e que a sociedade possa acompanhar as ações da Rede das Artes: apresentações artísticas, ações de pesquisa, reflexão, intercâmbios, criação, oficinas, cursos, entre outras. Uma agenda cultural que integra iniciativas artísticas de todo o Brasil, e contribui para a transparência, visibilidade e conectividade entre artistas, produtores e gestores culturais, instituições e o público em geral.

Uma iniciativa da Funarte, em parceria com o Laboratório do Futuro da Universidade Federal do Ceará, que visa disponibilizar dados de forma acessível e democrática.

Seu desenvolvimento visa consolidar um instrumento público de mapeamento do campo e seus setores artísticos, como também visibilizar as ações apoiadas pelos programas da Funarte, especialmente o Programa de Difusão Nacional – Rede das Artes e o Programa de Apoio a Ações Continuadas. A retomada da Política Nacional das Artes e do mapeamento das artes são entregas históricas que foram descontinuadas no último ciclo de políticas públicas no país, em que vimos a extinção do Ministério da Cultura. A retomada dessas demandas são entregas históricas que visam amparar a rearticulação dos setores artísticos e o fortalecimento profissional e simbólico para a promoção do direito às artes no país.

A plataforma estimula o fortalecimento do ecossistema das artes, contribuindo para a consolidação de uma infraestrutura pública digital voltada às artes e à cultura, mapeando e articulando suas gentes, seus agentes, fazeres e produções.

1.2. O que é o Mapas?

O Mapas é uma ferramenta digital de mapeamento e gestão de políticas públicas, desenvolvida em software livre, permitindo adaptações e implementações personalizadas conforme as necessidades das gestões municipal, estadual e federal e projetos ou coletivos. Seu principal objetivo é mapear e conectar a diversidade cultural do Brasil, facilitando a formulação de políticas públicas e promovendo uma gestão cultural descentralizada e participativa.

Desenvolvida de forma colaborativa, a plataforma valoriza a transparência e a autonomia das comunidades, incentivando o compartilhamento de informações e o fortalecimento das redes culturais.

1.3. Objetivos e benefícios da plataforma

A Rede das Artes objetiva:

  • Mapear agentes, espaços, eventos e projetos artísticos, gerando uma base de dados acessível e colaborativa.
  • Facilitar a articulação entre os diferentes atores do setor artístico, promovendo colaboração e redes de trabalho.
  • Fortalecer a gestão pública da cultura, fornecendo informações para diagnósticos, planejamento e execução de políticas artísticas.
  • Garantir o acesso democrático à informação e ao fomento, utilizando o software livre para possibilitar o uso e a adaptação por diferentes atores e comunidades.

Os benefícios da plataforma incluem maior visibilidade para os setores artísticos, facilitação do acesso a recursos e chamadas públicas, além da criação de um ambiente propício à gestão participativa das artes.

1.4. Quem pode usar e como participar

A plataforma está aberta a diversos perfis de usuários, incluindo:

  • Artistas: podem se cadastrar para divulgar seus trabalhos e projetos.
  • Instituições e espaços artísticos: teatros, centros culturais, bibliotecas, pontos de cultura e outros espaços podem registrar suas atividades e programação.
  • Poder público e pesquisadores: órgãos governamentais e estudiosos da área artístico-cultural podem acessar os dados para planejamento e estudos.

Para participar, basta acessar a plataforma, criar um perfil e cadastrar informações relevantes sobre suas atividades. Como software livre, a Rede das Artes também permite que governos e comunidades personalizem a ferramenta para atender suas especificidades, promovendo a inclusão e a transparência na gestão cultural.

1.5. Histórico do Mapas

O Mapas surgiu como uma ferramenta de mapeamento cultural, com o objetivo de identificar e organizar informações sobre agentes, espaços, eventos e iniciativas culturais nos territórios.

Antes do Mapas, um primeiro esforço para estruturar um sistema de mapeamento cultural foi o desenvolvimento do Mapsys, criado em 2004 pela Cultura Digital no Ministério da Cultura, vinculado aos Pontos de Cultura. No entanto, essa iniciativa foi posteriormente descontinuada. A partir dessa experiência, a Comunidade de Cultura Digital desenvolveu várias experiências de mapeamento cultural em software livre.

Em 2013, o Instituto Tim, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, contratou a empresa Hacklab para o desenvolvimento do Mapas, adaptável às necessidades da gestão cultural. Inicialmente criado com a proposta de ser um banco de dados para registrar e georreferenciar atividades culturais, oferecendo uma visão ampla da diversidade cultural nos diferentes territórios.

Em 2017, o Ministério da Cultura adotou o Mapas como a principal base do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), conforme previsto no Plano Nacional de Cultura, consolidando-o como um instrumento fundamental para a gestão descentralizada da cultura no Brasil.

Ao longo dos anos, diversos estados e municípios adotaram o Mapas como sua principal ferramenta de mapeamento e gestão cultural, assegurando sua contínua atualização e adaptação às realidades locais. Como software livre, a plataforma possibilitou customizações conforme as necessidades de cada território e das políticas culturais implementadas.

No entanto, um desafio futuro para a comunidade é a falta de integração entre as bases de dados dos diferentes Mapas em funcionamento pelo Brasil ou a falta de atualização da versão implementada, tornando necessário criar um login específico para cada plataforma implementada, o que pode dificultar a experiência dos usuários e a unificação das informações em nível nacional.

Com o tempo, e especialmente durante a pandemia, surgiu a necessidade de utilizar a ferramenta e incorporar os mecanismos de fomento, possibilitando a gestão de editais, chamadas públicas e outras formas de incentivo à cultura. Essa ampliação consolidou o Mapas como um instrumento essencial para a articulação entre sociedade civil e gestão pública.

No Ministério da Cultura, a partir de 2016, com o golpe que levou à descontinuidade de diversas políticas públicas culturais, a versão implementada do Mapas deixou de ser atualizada, comprometendo seu pleno funcionamento e evolução. Apenas com a retomada da política cultural em nível federal em 2023, o processo de atualização da plataforma foi retomado.

Em 2024, o Mapas do Ministério da Cultura passou por uma atualização significativa, migrando para a versão 7.5, garantindo maior eficiência, acessibilidade e novas funcionalidades para fortalecer a cultura e sua gestão em todo o país. Como parte dessa nova fase, o Cultura Viva desenvolveu a versão 7.6 em 2024 com um tema específico implementado como subsite na plataforma no Ministério da Cultura.

Ainda em 2024, o Laboratório de Cultura Digital da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveu novas funcionalidades que serão lançadas na versão 7.7, trazendo novas melhorias na experiência do usuário, ampliando os recursos da plataforma e trazendo uma solução para o monitoramento e a prestação de contas na parte de gestão de fomento.

Em 2025, a Funarte desenvolveu o tema da Rede das Artes, também como subsite, mas também entregará soluções dentro do Mapas. Tanto o Cultura Viva quanto a Rede das Artes, temas implementados no Mapas, estão integrados às bases de dados do Mapa da Cultura do Ministério da Cultura, ampliando as possibilidades de recorte por políticas implementadas, mas também a transparência, articulação e fomento para agentes e iniciativas culturais.

É fundamental compreender que o Mapas é uma plataforma viva, em constante evolução e aprimoramento por sua comunidade de usuários e gestores. Da mesma forma, este tutorial será implementado na plataforma colaborativa GitHub, no seguinte link:
https://redemapas.github.io/manual/

Dessa forma, estará disponível para a comunidade colaborar com esse tutorial e inserir novas funcionalidades e melhorias da plataforma. A versão apresentada neste material é a versão 7.6, implementada no Ministério da Cultura.

Este tutorial foi elaborado pelo Laboratório do Futuro da Universidade Federal do Ceará (UFC) (https://futuro.ufc.br/pt/), como parte do Projeto Rede Digital das Artes (https://mapa.cultura.gov.br/projeto/10151/#info), uma iniciativa da Funarte voltada para o fortalecimento e a articulação da cultura em rede. Sua construção foi inspirada no Tutorial do Mapa Cultural do Estado do Ceará.

1.6. Como usar esse tutorial

Para tornar a compreensão deste tutorial mais intuitiva, adicionamos um menu no cabeçalho (superior) com itens clicáveis que levam diretamente a cada aba da Rede das Artes.

Nosso objetivo é facilitar sua experiência de uso e aprimorar sua interação com a plataforma. Se preferir, você também pode seguir a leitura de forma linear, explorando cada item detalhadamente ao longo do tutorial.

Vamos começar?


Esse material é fruto do Programa de Difusão Nacional - Funarte Redes das Artes, realizado pelo Laboratório do Futuro (entidade vinculada à Universidade Federal do Ceará) no ano de 2025.

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